quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Questão reformulada

Apresente, por palavras suas, os factos mencionados na contextualização.

Os factos apresentados na contextualização referem-se aos dois relatórios internacionais sobre as desigualdades sociais que colocam Portugal na cauda da Europa relativamente ao fosso entre ricos e pobres. O estudo da OIT refere que, nos países da Europa, cada vez mais são maiores as desigualdades entre as classes mais ricas e as classes mais pobres, e Portugal não foge à regra. Já o estudo da OCDE coloca o nosso país nos lugares cimeiros no que diz respeito à desigualdade social, só ultrapassado pelo México e pela Turquia. Este estudo indica ainda que a média do salário dos 10% mais pobres do Reino unido é superior ao salário de um português de classe média.

Teste de Português, Grupo I, pergunta 3


Questão Reformulada (modificada) em formato .pdf

Modificado a 29 de Dezembro de 2008

História do País do Silêncio

Silêncio que se vai contar uma história.




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Silêncio. Silêncio era a única coisa que se ouvia naquele país. Pensando bem acho que nem o silêncio se ouvia. Era um lugar estranho aquele, não havia pássaros a cantar, nem o barulho das campainhas da escola, nem rádios ou televisões, nem sequer se ouviam pessoas a conversar!

Todas as criaturas carregavam no rosto uma expressão séria, por vezes, triste. Até o sol tinha decidido não dar o ar da sua graça àquela gente e o céu, dia após dia, mantinha-se cinzento.

Nunca tinha visto nada assim. Na rua as pessoas seguiam caladas, solitárias e era constante ouvir: “-Está calado meu filho! Já te disse que não se pode falar.”

De inicio, ainda pensei que eram as pessoas que não simpatizavam muito com conversas, que gostavam de todo aquele silêncio. Mas só passados alguns dias é que me apercebi realmente do que se passava naquele país. Sim, é isso, era mesmo proibido fazer barulho por lá. “Neste país é expressamente proibido a todas as pessoas: falarem, cantarem, ouvirem rádio ou verem TV em locais como a rua, cafés, hospitais, etc., ou seja é punível por lei qualquer tipo de ruído em sítios públicos”

Não poder ter uma simples conversa, não ter permissão para ouvir uma música ou saber o que se passa no mundo a nossa volta. Não entendo como é que aquelas pessoas viviam assim.

Mas, um dia, o sol brilhou e nesse mesmo dia, tudo mudou. As pessoas saíram à rua a cantar, todas as vozes se uniram numa só contra a opressão em que viviam. Invadiram a casa cinzenta, a casa do presidente do país, e cantaram, conversaram e fizeram carpido até o sol se pôr.

A casa cinzenta não foi a única a ficar na posse destes defensores da liberdade sonora e, com isto, o estado cedeu.

Eram livres.

Daí em diante passou a ser possível proferir, murmurar, tagarelar, contar, dizer, pronunciar, conversar, cantarolar e, finalmente, podiam sorrir.

- Gostaram da história meninos?

- Sim – responderam em uníssono.

Gostavam de viver num país onde não pudessem falar livremente? Onde teriam que aprender linguagem gestual ou terem que escrever um papel para comunicarem entre vocês?

Em Portugal também aconteceu uma situação semelhante à desta história. Há alguns anos atrás, no nosso pais, não era permitido dizer a o que achávamos, nem o que sentíamos. Vivíamos numa ditadura, quase 50 anos de opressão e de tristeza.

O dia 25 de Abril de 1974 foi um dia muito feliz para os Portugueses, porque, tal como os habitantes do “país do silêncio”, deu-se uma revolução militar que nos devolveu a liberdade e o que nos permite hoje fazer o que quisermos, desde que com responsabilidade.

Texto Argumentativo

Nunca como hoje o tema do celibato sacerdotal foi tão discutido, tema de inúmeras controvérsias entre os que apoiam e os que se opõem a esta regra imposta aos sacerdotes aquando da sua entrega a Deus.

A Igreja Católica atravessa uma crise de valores, cada vez é maior o confronto entre os ideais católicos, alguns dos quais não se adequam com a sociedade actual, e as mentalidades revolucionárias visto serem as que prevalecem hoje em dia.

Posto isto, é necessária a mudança de algumas das posições da igreja face a certas temáticas, e, neste caso, falo em relação ao casamento para padres e freiras, que penso que deve ser permitido o mais rapidamente possível.

A primeira grande objecção contra o celibato provém da fonte mais credível da igreja: a Bíblia. O Novo Testamento não exige o celibato dos seus pastores, apenas o propõe simplesmente como uma opção ou resposta a uma vocação especial, “(…)e há eunucos que se castraram a si mesmos, por causa do reino dos céus.” (Mt 19, 12). Para além disto, Jesus não impôs a condição do celibato ao escolher os Doze, como também os Apóstolos não a impuseram àqueles que colocaram à frente das primeiras comunidades cristãs: “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar;” (1 Tm 3, 2). Será, então, correcto impor o celibato se nem a Bíblia assim o diz?

A juntar a isto, temos ainda o que é dito no Sacrosanctum Concilium, uma encíclica do papa Paulo VI, e passo a citar “A Igreja faz coincidir o dom da vocação sacerdotal com o da perfeita castidade. Ora pode acontecer que alguém receba o chamado para o ministério sagrado sem receber ao mesmo tempo o dom da vida celibatária”

A segunda objecção relaciona-se com a escassez numérica de clero que observamos nos dias de hoje devida, em grande parte, à lei do celibato. Isto é comprovado pelo número, cada vez maior, de sacerdotes que abandonam a igreja para contraírem matrimónio, junto com o número de aspirantes a padres e freiras que acaba por nem chegar à igreja, pois o valor da família fala mais alto do que o amor a Deus. Esta carência de clero chega a pôr em risco a pregação da palavra sagrada. “Se o matrimónio fosse permitido aos padres, haveria maior número de vocações; muitos jovens parecem desistir do sacerdócio por sentirem atractivo para o casamento. Este uma vez concedido, a carência de sacerdotes deixaria de ser o problema que ora tanto preocupa a Igreja” (Sacrosanctum Concilium).

Em suma, poderá a igreja dar-se ao luxo de perder muitos dos seus sacerdotes, continuando com uma imposição que nem sequer é referida nos textos sagrados?

Penso que está na altura desta entidade religiosa se adaptar à realidade actual e, por estes dois motivos e por muitos outros, o celibato deve ser abolido, permitindo que o sacerdócio co-habite com o matrimónio.


Texto Argumentativo com plano (modificado) em formato .pdf


Modificado em 7 de Março de 2009